quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Resumo jornalístico


Este material tem cunho de divulgação de todo o "cliping" de informações jornalisticas e de relatórios tecnicos da própria Prefeitura sobre o bairro de Ramos, subúrbio do Rio de Janeiro mas não parte da Cidade Maravilhosa e muito menos da Cidade Olímpica. Este material é público e de livre reprodução:

Em um resumo, mostra-se como o Legado Olímpico BRT Transcarioca, o único da região, foi implantado para a população carioca moradora do bairro de Ramos (bairro da Zona da Leopoldina, na Zona Norte do Rio) e como ela deixou a vida dos mesmos dentro de um conceito de "Cidade NÃO Olímpica".





A expectativa era grande, já que é uma área industrial dos anos de 1970 abandonada e degradada, exatamente como em Londres. O conjunto de bairros da Zona da Leopoldina era como o "distrito de Stratford" (referência a Olímpiadas de Londres) carioca e a perspectiva de aproveitar o investimento olímpico para resgatar uma grande área degradada da Cidade seria o normal a qualquer evento deste porte.

Uma proposta de equipamentos Olímpicos na Ilha do Fundão (quadras, piscinas e campos), com recursos federais sustentados através da UFRJ e de alunos e professores de Educação Física desta mesma universidade aprendendo e ensinando a uma geração de futuros atletas da Maré do Alemão e de outras áreas carentes da zona norte, seria um legado esportivo e social fantástico e muito mais tangíveis que os atuais.


O resgate dos bairros que margeiam a Av. Brasil, esquecidos e abandonados a décadas, com construção apartamentos populares para árbitros e atletas que pudessem depois ser revertidos em habitação com dignidade ou reocupação da região, agregando transporte de qualidade no eixo do Fundão, Galeão e conectando ao Centro do Rio, seria também um grande legado urbanístico e econômico. O investimento do resgate da região permitiria que o entorno de dois grandes centros mundiais em pesquisa (UFRJ e FIOCRUZ) se desenvolvesse economicamente no muncipio, com os corretos incentivos.

No mínimo, uma estrutura próxima ao Galeão não demandaria que a o Rio de Janeiro parasse toda para a Olimpíadas, já que as delegações se movimentariam menos ao longo do eixo Galẽao, Fundão e Deodoro.

No plano original das Olimpíadas, em 1995/96, confeccionado por uma Consultoria Internacional contratada pela própria Prefeitura do Rio de forma a garantir um legado real para a cidade, contemplava o Parque Olímpico na Ilha do Fundão, exatamente pelo descrito acima, mas foi apenas mais dinheiro público descartado, já que o projeto foi ignorado. A vergonha internacional do esgoto in natura nos rios da região os fez desistir do plano e não incluir nele esta parte importante da despoluição da Baia da Guanabara

"No Rio de Janeiro, quando a Prefeitura pensou a primeira vez no projeto olímpico, foi no ano de 1995, 1996, quando o prefeito Cesar Maia contrattou uma assessoria de Barcelona e a primeira proposta era de concentrar o Parque Olímpico no Fundão, na Zona Norte, o que permitiria a construção de instalações esportivas para beneficiar a população mais pobre"
Gilmar Mascarenhas, Prof de Geografia Urbana da UERJ


Fonte: http://esportes.estadao.com.br/noticias/jogos-olimpicos,o-rio-insistiu-em-um-modelo-fora-de-moda--diz-gilmar-mascarenhas,10000016145


Fica clara a estratégia de não resolver os problemas da cidade, e sim esconde-los. Enquanto a Barra seria comparada a "Sala" após a remoção das favelas lá existentes, qual comparação caberia a região do entorno do Fundão (zona da Leopoldina)? "Quintal com sumidouro de esgoto"?
"É claro que a mudança do projeto para a Barra foi essencial e que as transformações feitas na cidade já são visíveis. Gosto da frase do Carlos Arthur Nuzman (presidente do COB) sobre as alterações: agora, vamos receber os visitantes na sala. "


Contextualizando o desprezo que se seguiu ao abandono, falemos da unica obra Olímpica da zona da Leopoldina, próximo ao plano abandonado e esquecido de Cidade Olímpica com legado real:

Antes do projeto, tínhamos os seguintes diagnósticos para suportar a necessidade de investimento na zona norte:
Com base na informação do IBGE e do IPP, geramos estastiticas da Cidade Maravilhosa:
Análise geografica comparativa de distribuição de áreas de lazer e da população na cidade do Rio de Janeiro, com os dados do IPP (Instituto Pereira Passos) e do IBGE (Inst. Brasileiro de Geografia e Estatistica). Os números mostram o porquê do morador da zona norte ter que se deslocar em busca de lazer na zona sul ou zona oeste. A zona norte, mais especificamente a Área de Planejamento 3 (onde a zona da Leopoldina e o bairro de Ramos está inserido), tem o menor percentual de áreas de lazer da cidade (12%), embora 38% dos cariocas lá residam. Já a zona sul possui 20% das áreas de lazer com apenas 16% da população. A zona oeste tem 60% das áreas de lazer e 41% da população carioca. Isto tudo sem contabilizar as praias enquanto areas de lazer, onde sabemos que a zona oeste e sul as possui, enquanto as da zona norte, atendidas pela Baia da Guanabara, não tem condições de balneabilidade devido a poluição. O IPP e o IBGE são órgãos oficiais da Prefeitura do Rio e do Governo Federal, respectivamente, e os dados estão disponíveis ao publico os respectivos sites

http://portalgeo.rio.rj.gov.br/mapa_digital_rio/?config=config/ipp/usosolo.xml
http://portalgeo.rio.rj.gov.br/mapa_digital_rio/?config=config/ipp/basegeoweb.xml


No Plano Estratégico da Prefeitura do Rio de Janeiro 2009 - 2012:
"Há um grave desequilíbrio no nível e dinamismo econômico entre as diversas regiões da cidade (Barra x zona da Leopoldina, por exemplo). A carga tributária excessiva, as barreiras burocráticas (abertura/ fechamento de empresas, licenciamento ambiental, pagamento de impostos), os índices de criminalidade, a falta de investimentos em infraestrutura e o desrespeito aos direitos de propriedade e às regras de mercado são os principais obstáculos para o crescimento econômico da cidade."


http://www.riocomovamos.org.br/arq/planejamento_estrategico.pdf

No Relatório Ambiental Simplificado da implantação da Transcarioca:
"As praças, segundo os dados do IPP, são o tipo de espaço público mais comum nos bairros estudados, nas quais a população pode encontrar brinquedos infantis, quadras de esporte, bem como realizar atividades de comunhão social. A ausência de parques em todos os bairros e a ausência de jardins em Ramos, Olaria e Penha - bairros densamente habitados - nos revela que as praças são os espaços fornecidos pelo Estado para a socialização. No entanto, essas ainda se mostram em quantidade insuficiente, considerando as necessidades locais. "

Secretaria Municipal de Obras Coordenadoria Geral de Obras 5ª Gerência de Obras
http://www.poiesiseditora.com.br/sites/g/files/g488012/f/201312/RAS.TRANSCARIOCA.Etapa2_.2011.pdf
Além dos relatórios oficiais, urbanistas manifestaram-se sobre a opção adotada:

Só querem privilegiar o mercado. Veja o que ocorre aqui no Rio com as Olimpíadas. Boa parte dos investimentos foi para a Barra, onde já existe infraestrutura básica. Por que não privilegiaram as áreas degradadas mais próximas ao Centro?
Luiz Fernando Janot, conselheiro federal IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil)

Fonte: http://oglobo.globo.com/rio/luiz-fernando-janot-critica-modelos-de-desenvolvimento-sem-integracao-entre-bairros-16313860



“O Rio deu as costas por muito tempo para a Zona Norte, que é a área mais consolidada da cidade. As pessoas estão indo embora de Bonsucesso. Não dá para construir habitação social em algumas áreas da Zona Oeste, onde não há nem cidade, e deixar a Zona Norte se esvaziar”
Clarisse Linke - vice diretora do ITDP Brasil


&

"O professor adverte que o poder público precisa investir para melhorar os índices sociais do subúrbio carioca, notadamente a região administrativa de Ramos, na Zona Norte, à qual pertence Bonsucesso.
É fundamental para o Rio de Janeiro que a qualidade de vida avance em bairros do subúrbio, e não apenas onde estão os formadores de opinião. Muitas áreas sofrem com décadas de degradação. Qualquer urbanista hoje considera que a cidade deve se expandir para as áreas mais carentes, e não para o Recreio dos Bandeirantes”
Mauro Osório - Professor na UFRJ

Fonte:
http://odia.ig.com.br/noticia/observatorio/2014-08-17/urbanismo-aliado-ao-transporte-propoe-remodelar-bonsucesso.html

"Estamos privilegiando uma zona da cidade já privilegiada, estimulando ainda um aumento histórico da especulação imobiliária. De quem são os interesses por trás disso? O (prefeito) Eduardo Paes foi subprefeito da Barra e todos os interesses econômicos da reigão estão por trás dele"


Christopher Gaffney - especialista no legado urbano de grandes eventos esportivos

Fonte:
http://www.cartacapital.com.br/sociedade/copa-do-mundo-e-olimpiada-investimento-publico-lucro-privado


"Pelo projeto Rio 2016, a Barra concentrará a maior parte dos equipamentos esportivos e a própria Vila Olímpica. Isso pode significar que o restante da cidade, especialmente os bairros do subúrbio, onde estão os maiores problemas de infraestrutura, poderão continuar como os grandes esquecidos pelo poder público, apesar das Olimpíadas?

Sérgio Magalhães: Os recursos serão muito importantes. Mas, se forem dirigidos prioritariamente para a Barra, a cidade vai sofrer muito. E a grande mudança que uma Olimpíada pode trazer vai ser minimizada porque o conjunto da população terá menos oportunidades do que teria, por exemplo, se os Jogos Olímpicos se concentrassem na área portuária. O Porto, agora, está disponível. Quando as Olimpíadas foram programadas, não havia o acordo entre os três níveis de governo. Os terrenos do Porto estavam impossíveis. Isso mudou. "

Sérgio Magalhães - presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil

Fonte:
http://www.oabrj.org.br/noticia/59264-em-entrevista-urbanista-critica-concentracao-de-recursos-das-olimpiadas-na-barra-da-tijuca

"Ferreira explorou também a escolha da Barra como coração dos jogos olímpicos de 2016, com a construção de locais como a Vila Olímpica e Paraolímpica e a Vila de Mídia, entre outros investimentos. "Para fazer o projeto, o Comitê Olímpico pegou o que seria mais fácil para ganhar o concurso, a Barra", disse Ferreira, referindo-se à candidatura da cidade junto ao Comitê Olímpico Internacional. Mas assim, ponderou, "o legado vai para os lugares mais ricos da cidade. A cidade deveria ter definido que a Olimpíada só deveria ser aqui se e somente tivesse um legado para a cidade". Contestação, admitiu Ferreira, que deveria ter sido feita à época da elaboração do projeto: "Nós, arquitetos, somos culpados, pois não falamos nada na época". Em Londres, o centro das Olimpíadas foi no East End, região degradada que se beneficiou dos grandes investimentos proporcionados pelos jogos "
Flavio Ferreira - professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU)

Fonte:
http://www.iets.inf.br/article.php3?id_article=2022

“As Olimpíadas, com seus BRT’s direcionados para a Barra da Tijuca e com a totalidade de seus equipamentos habitacionais na própria Barra, além da maioria dos esportivos, contrariam frontalmente a posição dos arquitetos do Rio de Janeiro e as últimas tendências internacionais: as Olimpíadas, ao invés de democratizar a cidade torna-a mais elitista.”

Flavio Ferreira - professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU)

Fonte:
http://www.iab.org.br/noticias/especialistas-criticam-mudanca-da-vila-de-midia-e-arbitros



Inclusive comparativamente ao que foi feito em Londres, que não foi aplicado ao Rio, que contextualiza as afirmações acima:

Londres, sede das Olimpíadas de 2012, também aproveitou a ocasião para regenerar de forma social, ambiental e física de uma de suas últimas reservas de terrenos: uma área industrial abandonada e degradada no distrito de Stratford,região leste da capital.
http://www.urbansystems.com.br/reports/ler/olimpiadas-o-legado-de-barcelona-a-experiencia-de-londres-e-as-perspectivas-para-o-rio-de-janeiro


Ao contrário de Londres, onde a hospedagem dos atletas deu lugar a moradias acessíveis numa área revitalizada da capital britânica, no Rio os prédios seguirão a lógica do alto padrão, com direito aos "Jardins do Rei", com mais de 70 mil metros quadrados, e apartamentos que podem valer mais de R$ 1 milhão.
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/08/150809_construtora_olimpiada_jp
 
Algumas afirmações com relação ao Legado no bairro e na zona da Leopoldina, que tentava acalantar esta participação no legado carioca, mantinham pelo menos a esperança:

Posso dizer que esta obra é uma espécie de declaração de amor ao Rio de Janeiro. Seu subúrbio viveu mais de 49 anos de um abandono em alto grau. Quando entregamos a Transcarioca, não falamos apenas de mobilidade, mas da recuperação dos bairros do subúrbio carioca, que é a alma dessa cidade. O BRT vai permitir que o Rio de Janeiro se encontre e redescubra sua verdadeira identidade."

Eduardo Paes
Fonte: http://www.rio.rj.gov.br/web/guest/exibeconteudo?id=4756186

"Paes reforçou que a implantação será gradual e levará benefícios à população local. "Uma área inacessível, detonada, degradada da cidade foi transformado em um lugar onde a mobilidade está totalmente facilitada. Não se faz só a implantação das estações do BRT, faz drenagem, qualifica, faz calçadas, implanta praças, área de lazer", disse."

http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2014/05/paes-testa-brt-transcarioca-dois-dias-antes-de-inauguracao-com-dilma.html

" Em nota, a Secretaria municipal de Obras informou que a implantação do Parque Madureira reduziu em três graus a temperatura da região. De acordo com o órgão, a prefeitura realiza “ações a fim de reduzir a sensação térmica na cidade” e que a implementação dos BRTs é acompanhada pela reurbanização das regiões em torno e do plantio de árvores."
http://extra.globo.com/noticias/rio/verao/obras-no-rio-elevam-temperatura-do-solo-em-vinte-graus-15065781.html



"Com 39km de extensão e 47 estações, a Transcarioca passa por 27 bairros que ganharam, como consequência das obras do corredor, uma verdadeira transformação. Calçadas e pavimentação novas, reestruturação no sistema de drenagem, melhoria na iluminação, passarelas e novos semáforos foram algumas das mudanças em bairros como Vicente de Carvalho, Vaz Lobo, Madureira, Campinho, Jacarepaguá, Penha e Ramos."

http://www.cidadeolimpica.com.br/orgulho-da-transcarioca/


Mas vamos aos fatos depois da obra entregue: olhamos para o bairro e questionamos: Que legado foi este prometido que nunca chegou na Região? As reportagens abaixo mostram tudo que não combinam com as promessas acima. Em alguns casos, as respostas às reportagens não correspondem a verdade e as novas promessas são esquecidas. Nada do que foi afirmado aqui foi solucionado em quase dois anos de operação do BRT Transcarioca

Mobilidade:


Passarela abandonada:
http://oglobo.globo.com/eu-reporter/passarela-em-ramos-esta-abandonada-com-sujeira-tem-problema-de-iluminacao-14450852

Passarelas e praças destruidas:
http://videos.r7.com/moradores-reclamam-de-obras-inacabadas-em-passarelas-no-rio/idmedia/55f9bebc0cf207122e7379b3.html

Passagem subterrânea abandonada:

http://oglobo.globo.com/eu-reporter/falta-conservacao-em-passagem-da-supervia-em-ramos-18041720

Erros de projeto em Ramos:
http://odia.ig.com.br/noticia/observatorio/2015-08-23/itdp-recomenda-correcoes-nos-caminhos-dos-novos-brts.html
Documento fonte da reportagem: http://itdpbrasil.org.br/relatorio-ruas-completas-ao-longo-do-transcarioca-oficina-de-desenho-e-seguranca-viaria/

Erros de Projeto em Ramos
http://oglobo.globo.com/eu-reporter/grade-do-brt-colocada-em-curva-da-rua-teixeira-de-castro-expoe-motoristas-acidentes-14938874
Erros de projeto em Ramos
http://odia.ig.com.br/odia24horas/2015-11-11/mulher-fica-gravemente-ferida-em-acidente-na-zona-norte-do-rio.html

Erros de projeto em Ramos
http://extra.globo.com/noticias/rio/brt-transcarioca-provoca-engarrafamento-nas-transversais-14177986.html
Esporte, Cultura e Lazer:

Apesar da LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE RIO DE JANEIRO/RJ descrever claramente:
Art. 235 As áreas verdes, praças, parques, jardins e unidades de conservação são patrimônio público inalienável, sendo proibida sua concessão ou cessão, bem como qualquer atividade ou empreendimento público ou privado que danifique ou altere suas características originais.

Temos:


Destruição de áreas de esportes e praças. Cidade Olímpica desestimulando esportes?
http://extra.globo.com/noticias/rio/moradores-de-ramos-na-zona-norte-do-rio-ficam-sem-area-de-lazer-apos-obras-do-brt-15961591.html

Destruição de áreas de esportes e praças. Cidade Olímpica desestimulando esportes?
http://oglobo.globo.com/rio/bairros/com-pracas-inutilizadas-moradores-de-ramos-ficam-sem-opcoes-de-lazer-18084781

E seus resultados claros:
Falta de opções de áreas de lazer:
http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2015/01/imagens-mostram-criancas-brincando-no-meio-da-pista-do-brt-no-rio.html

Falta de opções de áreas de lazer:
http://globotv.globo.com/rede-globo/bom-dia-rio/v/avenida-brasil-vira-area-de-lazer-durante-interdicao-das-pistas-no-feriado/3298809/

Falta de opções de áreas de lazer:
http://www1.folha.uol.com.br/vice/2015/08/1665115-e-temporada-de-pipa-no-corredor-do-brt-transcarioca.shtml

Impacto Ambiental. Onde estão as arvores que a SMO afirmou na materia lá no inicio?
http://oglobo.globo.com/eu-reporter/arvores-nao-foram-replantadas-em-ramos-17845963#ixzz3pPZICBa3

Projeto de cultura que não avança, embora tenham construido um museu carissimo na Praça Mauá:

2012: http://odia.ig.com.br/portal/rio/um-final-feliz-para-cinemas-de-rua-1.415062

2014: http://oglobo.globo.com/rio/bairros/promessa-de-resgate-de-cinema-em-ramos-11861309

2015: http://oglobo.globo.com/rio/design-rio/apos-anos-de-abandono-antigos-cinemas-de-rua-do-rio-vivem-suspense-da-reestreia-16441474


Segurança:

Insegurança no "Legado"
http://oglobo.globo.com/rio/onibus-do-brt-transcarioca-apedrejado-na-zona-norte-17632579#ixzz3n4ovttTa
Insegurança no "Legado"

http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2015/06/passageiros-relatam-rotina-de-roubos-e-arrastoes-no-brt-veja-imagens.html

Insegurança no "Legado"

http://oglobo.globo.com/rio/homem-esfaqueado-dentro-de-onibus-do-brt-durante-assalto-na-estacao-de-olaria-16491324
Insegurança no "Legado"

http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2015/06/vandalismo-no-brt-gera-prejuizo-de-r-150-mil-ao-mes-veja-flagrantes.html

Insegurança no "Legado"

http://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro/2015-05-03/rotina-de-medo-assaltos-nos-onibus-do-brt-sobem-147.html


Como a diferença entre o necessário, o divulgado e o executado pode ser tão grande?

Quase 2 anos após a inuguração e próximo às Olimpiadas , Ramos e a zona da Leopoldina continuam no Rio de Janeiro, mas fora da Cidade Maravilhosa ou da Cidade Olímpica, mesmo sendo caminho obrigatório do turista que sai do Galeão de BRT.

A primeira impressão é a que fica...

domingo, 15 de novembro de 2015

Resumo de Ramos, para quem não conhece os graves problemas do bairro

De forma a deixar clara as mazelas do bairro de Ramos, na Cidade Maravilhosa, ou como chamam agora: Cidade Olímpica, ou mais tradicional: São Sebastião do Rio de Janeiro; fizemos um resumo do que fingem ignorar neste que é o tradicional reduto do que mais gera receita no município: o samba. 
A locação do Cacique de Ramos e da Imperatriz Leopoldinense e nosso bairro criam uma dicotomia do esmero da Prefeitura em cuidar deste patrimônio imaterial que não se reflete no patrimônio material do nosso bairro.

Capitulo 1: Mobilidade em Ramos


Como grande parte dos subúrbios cariocas, Ramos já nasceu cortado ao meio pelos trilhos da ferrovia do ramal da estação Leopoldina, por isto é considerado um dos bairros da zona da Leopoldina.

Nesta foto da década de 1920 já é possível identificar o "buraco" de Ramos


Como todos os bairros da zona da Leopoldina, tem neste seccionamento do bairro pelos trilhos do trem um grande desafio de mobilidade. "Buracos" (passagens subterrâneas), passarelas e viadutos foram construídas com intuito de reduzir este grande impacto , mas não atendem mais aos critérios de acessibilidade e nem sequer de manutenção.

Viaduto Sâo Cosme e Damião, parte das soluções para interconexão de Ramos

No diagnostico destas passagens, temos algumas reportagens sobre:

Passarela em Ramos está abandonada, com sujeira e tem problema de iluminação 
Matéria em integra:

Moradores reclamam de obras inacabadas em passarelas no Rio

Falta conservação em passagem da SuperVia em Ramos

Mas ainda temos outros pontos de atenção, que de tão acostumados ao errado, esquecemos de cobrar o certo:

O BRT Transcarioca, declarada como Legado Olímpico do bairro, fez na Rua Emilio Zaluar algo impar em todo o seu trajeto! É o unica via de todo trajeto de todo o corredor onde a velocidade máxima é de 20km/h, por razões óbvias: também é a única rua residencial por onde o BRT passa. 

BRT Transcarioca Ao longo de 27 bairros, a Transcarioca liga a Barra da Tijuca à Ilha do Governador, diminuindo distâncias e trazendo mais rapidez ao dia a dia
Leia em integra o que foi vendido a população carioca:

http://www.cidadeolimpica.com.br/orgulho-da-transcarioca/

Destaco o seguinte paragrafo deste site:

"Com 39km de extensão e 47 estações, a Transcarioca passa por 27 bairros que ganharam, como consequência das obras do corredor, uma verdadeira transformação. Calçadas e pavimentação novas, reestruturação no sistema de drenagem, melhoria na iluminação, passarelas e novos semáforos foram algumas das mudanças em bairros como Vicente de Carvalho, Vaz Lobo, Madureira, Campinho, Jacarepaguá, Penha e Ramos."

E remeto a reportagem da Rede Record acima mencionada e pergunto: Que passarela?

Já que também foram citadas calçadas pela Cidade Olímpica, voltemos a Rua Emilio Zaluar:

Rua Emilio Zaluar, em Ramos, após as obras do BRT Transcarioca



Conseguem observar como a calçada ficou após este legado? Em alguns trechos apenas com 60 cm de largura, e estes míseros disputados por postes, latas de lixo, carros e, quem menos tem direito em toda esta estória: o pedestre!

A versão da estória que contam é que os moradores não foram desapropriados em um ato de bondade da Prefeitura, bondade esta que deixou-os sem calçada, sem vagas de garagem, sem árvores para auxiliar no verão carioca e sem paz (este abordarei mais à frente no texto). 

Usaram de enrolação, de falta de orientação, até mesmo de uma ou outra proposta irrisória de remuneração pelo imóvel para que o próprio morador de Ramos aceitasse esta situação de não desapropriar. Um valor correto, que permitisse o morador continuar morando no bairro (afinal, o que não falta em Ramos são imóveis vagos) estava além da possibilidade financeira de oferta da própria Prefeitura do Rio!

Achamos o motivo do ato de bondade, de não oferecerem um valor justo para desapropriar imóveis como originalmente previsto (veja a lei que citava os imóveis aqui: http://www.ademi.org.br/article.php3?id_article=52746):


Mergulhões do Transcarioca custaram o dobro, diz TCM

Destaque nosso da matéria:

"Auditoria feita pelo Tribunal de Contas do Município (TCM-RJ) pede à Prefeitura do Rio a devolução de R$ 66 milhões referentes a obras no Transcarioca. O dinheiro foi um ‘extra’ usado na construção de dois mergulhões na Barra, que custaram R$ 133 milhões, o dobro do valor previsto no projeto"

Deixando mais simples: precisavam economizar o que gastaram a mais na Barra da Tijuca! Melhor forma? fazendo porcamente a obra em Ramos, pois a Barra da Tijuca não pode ficar feia. Aliás, lembram de nossa passarelas por sobre o trilhos da Supervia, sendo que uma foi demolida pela Prefeitura para passar a Transcarioca? Observem o padrão das passarelas construídas na Barra da Tijuca:

Passarela do BRT Transcarioca, inaugurada recentemente na Barra, alaga em dia de chuva fraca
Uma passarela larga, com rampas e corrimão de aço escovado, com um pequeno erro de caimento da chuva, mas que foi prontamente resolvido pela Secretaria Municipal de Obras! Quanto a Ramos? Nenhuma passarela ou correção das obras...

Os otimistas dizem: mas ganhamos muito com o BRT Transcarioca, mas fica a pergunta: quem tem coragem de usar?



E esta, que prometi voltar com o tema da Rua Emilio Zaluar:


Depois de ler sobre calçadas, passarelas e BRT que não atendem as necessidades básicas de segurança, você que anda de carro pensa que nada tem a ver com isto, mas reavalie:

BRT Transcarioca provoca engarrafamento nas transversais


Matéria em integra:

http://extra.globo.com/noticias/rio/brt-transcarioca-provoca-engarrafamento-nas-transversais-14177986.html

Lembrando: Não somos contra a Transcarioca, mas somos contra obras mal feitas com o nosso dinheiro!

Em um momento, a Prefeitura do Rio fingiu querer nos ouvir através de um programa chamado "Desafio Àgora", uma plataforma de relacionamento do cidadão com a mesma. Então juntando esforços, de forma a continuarmos agindo em prol da qualidade de vida em nosso bairro, fizemos uma proposta para Ramos:


Elevar ou colocar subterrâneos os trilhos da Supervia em bairros estratégicos
Leia em integra:

Destaque:

"Estes dois diagnosticos levam a proposta de elevação dos trilhos ou implantação de passagem subterrânea dos trilhos, entre as Estações de Bonsucesso e Ramos, resultado em reconexão dos lados do bairro e em uma grande área de lazer para a população. A liberação das áreas a nível do chão permite um deslocamento a pé e um fluxo de pessoas mais intenso reintegrando e permitindo aos bairros crescerem, gerarem emprego e reduzirem a necessidade de deslocamento."

Mas então pegam a ideia que foi proposta para Ramos e aplicam em vários bairros, menos Ramos:

"Outro projeto importante é o da reformulação das principais estações ferroviárias das zonas Norte e Oeste da cidade, com o rebaixamento do leito ferroviário, eliminação de barreiras visuais nos bairros, a reintegração dos bairros separados pela linha férrea e o reestabelecimento da circulação de pessoas e veículos ao nível do solo. Entre as possíveis áreas do projeto estão Pavuna, Rocha Miranda, Penha, Bangu, Penha Circular, Mercadão de Madureira, Pilares, Campo Grande, Cascadura/Madureira, Central, Santa Cruz, Méier e Engenho Novo."

Fonte: http://www.rio.rj.gov.br/web/guest/exibeconteudo?id=5665645

E assim vamos ficando para trás, sendo usados como massa de manobra e de geração de votos na eleição, sem que nada nos seja revertido...


Próximo capitulo: Lazer em Ramos

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Por que o Rio foi na contramão do que dizem os especialistas?


As cidades que sediaram as Olimpiadas usaram a oportunidade para investir em áreas degradadas, mas a cidade do Rio de Janeiro optou em gastar com a Barra da Tijuca, em franca expansão imobiliária, grande parte dos recursos. O que dizem os especialistas?

Só querem privilegiar o mercado. Veja o que ocorre aqui no Rio com as Olimpíadas. Boa parte dos investimentos foi para a Barra, onde já existe infraestrutura básica. Por que não privilegiaram as áreas degradadas mais próximas ao Centro?

Luiz Fernando Janot, conselheiro federal IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil)

 Fonte: http://oglobo.globo.com/rio/luiz-fernando-janot-critica-modelos-de-desenvolvimento-sem-integracao-entre-bairros-16313860



“O Rio deu as costas por muito tempo para a Zona Norte, que é a área mais consolidada da cidade. As pessoas estão indo embora de Bonsucesso. Não dá para construir habitação social em algumas áreas da Zona Oeste, onde não há nem cidade, e deixar a Zona Norte se esvaziar”

Clarisse Linke - vice diretora do ITDP Brasil


"O professor adverte que o poder público precisa investir para melhorar os índices sociais do subúrbio carioca, notadamente a região administrativa de Ramos, na Zona Norte, à qual pertence Bonsucesso.

É fundamental para o Rio de Janeiro que a qualidade de vida avance em bairros do subúrbio, e não apenas onde estão os formadores de opinião. Muitas áreas sofrem com décadas de degradação. Qualquer urbanista hoje considera que a cidade deve se expandir para as áreas mais carentes, e não para o Recreio dos Bandeirantes”

Mauro Osório - Professor na UFRJ

Fonte: http://odia.ig.com.br/noticia/observatorio/2014-08-17/urbanismo-aliado-ao-transporte-propoe-remodelar-bonsucesso.html




"Estamos privilegiando uma zona da cidade já privilegiada, estimulando ainda um aumento histórico da especulação imobiliária. De quem são os interesses por trás disso? O (prefeito) Eduardo Paes foi subprefeito da Barra e todos os interesses econômicos da reigão estão por trás dele"


Christopher Gaffney - especialista no legado urbano de grandes eventos esportivos

Fonte: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/copa-do-mundo-e-olimpiada-investimento-publico-lucro-privado




"Pelo projeto Rio 2016, a Barra concentrará a maior parte dos equipamentos esportivos e a própria Vila Olímpica. Isso pode significar que o restante da cidade, especialmente os bairros do subúrbio, onde estão os maiores problemas de infraestrutura, poderão continuar como os grandes esquecidos pelo poder público, apesar das Olimpíadas?

Sérgio Magalhães: Os recursos serão muito importantes. Mas, se forem dirigidos prioritariamente para a Barra, a cidade vai sofrer muito. E a grande mudança que uma Olimpíada pode trazer vai ser minimizada porque o conjunto da população terá menos oportunidades do que teria, por exemplo, se os Jogos Olímpicos se concentrassem na área portuária. O Porto, agora, está disponível. Quando as Olimpíadas foram programadas, não havia o acordo entre os três níveis de governo. Os terrenos do Porto estavam impossíveis. Isso mudou. "

Sérgio Magalhães - presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil

Fonte: http://www.oabrj.org.br/noticia/59264-em-entrevista-urbanista-critica-concentracao-de-recursos-das-olimpiadas-na-barra-da-tijuca




"Ferreira explorou também a escolha da Barra como coração dos jogos olímpicos de 2016, com a construção de locais como a Vila Olímpica e Paraolímpica e a Vila de Mídia, entre outros investimentos. "Para fazer o projeto, o Comitê Olímpico pegou o que seria mais fácil para ganhar o concurso, a Barra", disse Ferreira, referindo-se à candidatura da cidade junto ao Comitê Olímpico Internacional. Mas assim, ponderou, "o legado vai para os lugares mais ricos da cidade. A cidade deveria ter definido que a Olimpíada só deveria ser aqui se e somente tivesse um legado para a cidade". Contestação, admitiu Ferreira, que deveria ter sido feita à época da elaboração do projeto: "Nós, arquitetos, somos culpados, pois não falamos nada na época". Em Londres, o centro das Olimpíadas foi no East End, região degradada que se beneficiou dos grandes investimentos proporcionados pelos jogos "

Flavio Ferreira - professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU)

Fonte: http://www.iets.inf.br/article.php3?id_article=2022



“As Olimpíadas, com seus BRT’s direcionados para a Barra da Tijuca e com a totalidade de seus equipamentos habitacionais na própria Barra, além da maioria dos esportivos, contrariam frontalmente a posição dos arquitetos do Rio de Janeiro e as últimas tendências internacionais: as Olimpíadas, ao invés de democratizar a cidade torna-a mais elitista.”

Flavio Ferreira - professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU)

Fonte: http://www.iab.org.br/noticias/especialistas-criticam-mudanca-da-vila-de-midia-e-arbitros


Londres: uma referência?


Londres, sede das Olimpíadas de 2012, também aproveitou a ocasião para regenerar de forma social, ambiental e física de uma de suas últimas reservas de terrenos: uma área industrial abandonada e degradada no distrito de Stratford,região leste da capital.

http://www.urbansystems.com.br/reports/ler/olimpiadas-o-legado-de-barcelona-a-experiencia-de-londres-e-as-perspectivas-para-o-rio-de-janeiro

Ao contrário de Londres, onde a hospedagem dos atletas deu lugar a moradias acessíveis numa área revitalizada da capital britânica, no Rio os prédios seguirão a lógica do alto padrão, com direito aos "Jardins do Rei", com mais de 70 mil metros quadrados, e apartamentos que podem valer mais de R$ 1 milhão.

http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/08/150809_construtora_olimpiada_jp



Se em Londres optou-se por resgatar um região industrial abandonada, e no Rio havia a Lei abaixo decretada pelo próprio Prefeito que referencia o que foi feito em Londres:




Lei Complementar n.º 116 de 25 de abril de 2012.


Cria a área de especial interesse urbanístico da Avenida Brasil, define normas para incremento das atividades econômicas e para reaproveitamento de imóveis em áreas das zonas industriais e ao longo de corredores viários estruturantes da AP-3 e da AP-5 e dá outras providências.

Autor: Poder Executivo

O PREFEITO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, faço saber que a Câmara Municipal decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar: 

Art. 1º A ocupação urbana no Município se orientará segundo os vetores de crescimento abaixo relacionados e já definidos nos incisos I, II, III e IV do art. 33 da Lei Complementar nº 111, de 1º de fevereiro de 2011 – Plano Diretor da Cidade:

I – pelo adensamento da população e das construções preferencialmente nas vias estruturadoras da Zona Norte; 

II - pela reconversão de edificações;
III - pela ocupação de vazios urbanos;
(...)


Fonte: http://www2.rio.rj.gov.br/smu/buscafacil/Arquivos/PDF/LC116M.PDF

Porque o discurso foi diferente da prática e a própria Lei emitida foi ignorada???



Sinal verde para revitalização da Avenida Brasil




Ficou só no texto, ainda em 2011:


http://extra.globo.com/noticias/rio/sinal-verde-para-revitalizacao-da-avenida-brasil-1821920.html


Mesmo com o  Plano Estratégico da Prefeitura do Rio de Janeiro 2009 - 2012 tendo este diagnóstico:
"Há um grave desequilíbrio no nível e dinamismo econômico entre as diversas regiões da cidade (Barra x zona da Leopoldina, por exemplo). A carga tributária excessiva, as barreiras burocráticas (abertura/ fechamento de empresas, licenciamento ambiental, pagamento de impostos), os índices de criminalidade, a falta de investimentos em infraestrutura e o desrespeito aos direitos de propriedade e às regras de mercado são os principais obstáculos para o crescimento econômico da cidade."

http://www.riocomovamos.org.br/arq/planejamento_estrategico.pdf

Esqueceram a zona da Leopoldina.

terça-feira, 30 de junho de 2015

Análise geográfica de disponibilidade de lazer


A própria prefeitura do Rio disponibiliza informações que indicam os problemas.

Utilizando tecnicas de Geoprocessamento automatizado, onde mapas são comparados e geram resultados mensuráveis, e dados públicos de uso de solo e de limites geográficos de bairros da cidade, ambos disponibilizados pelo IPP (Instituto pereira Passos) com referência ao ano de 2012:


Mapa de Uso de Solos, onde indica o que há em cada bairro e a metragem utilizada
 
Mapa com os limites de bairros e lotes.

Fontes dos mapas:
 http://portalgeo.rio.rj.gov.br/mapa_digital_rio/?config=config/ipp/usosolo.xml
 http://portalgeo.rio.rj.gov.br/mapa_digital_rio/?config=config/ipp/basegeoweb.xml


Foi possível avaliar bairro a bairro da cidade do Rio de Janeiro com relação ao total de área residêncial e a respectiva área de lazer disponível. As conclusões indicam que principalmente a Área de Planejamento 3, na zona norte da cidade, são as menos favorecidas com estruturas básicas de lazer,  mesmo em bairros predominantemente residenciais.

As áreas de Planejamento do Rio de Janeiro, segundo a Prefeitura do Rio.


A Área de Planejamento 3 é descrita no Plano Diretor da cidade, que rege o desenvolvimento urbano do Rio,  como a "Macrozona de Ocupação Incentivada - é a Zona Norte, o Subúrbio e parte do Centro. Aqui, a ocupação será estimulada, principalmente nas áreas já dotadas de infraestrutura, mas que nos últimos anos sofreram esvaziamento e deterioração", porém as indicações de estimulo a ocupação na área não refletem uma politica pública eficiente no que tange a áreas de lazer:

Podemos observar que Ramos está entre os 25 piores bairros, entre o total de 162 bairros cariocas, em disponibilidade de área de lazer, quando relativizamos área residencial e área disponível para lazer em m². Uma curiosidade: Os bairros da Lagoa e da Glória tem mais áreas destinadas ao lazer do que área residêncial.

De 2012, data da informação do mapa disponibilizado pelo IPP, até 2015, a Prefeitura acertou com o Parque Madureira que melhorou o indicador de Osvaldo Cruz, e com a área de lazer do entorno do Estádio João Havellange que melhorou o indicador do Meier, bairros mapeados entre os piores na relação área residencial / área de lazer.
Ao mesmo tempo a Prefeitura errou com a Transcarioca em Ramos, que também estava ruim no ranking e piorou consideravelmente, com o uso integral ou parcial das áreas de lazer do bairro como parte do trajeto do corredor BRT:






segunda-feira, 22 de junho de 2015

Em 2016: Olimpíadas no Rio de Janeiro e 130 anos do bairro de Ramos


Ofuscado pelo evento olímpico, ano que vem Ramos fará 130 anos! Mas este aniversariante tem motivo para festa? Resgatemos o aniversário de 102 anos:


Em 1988, esta era a manchete do Jornal de Bairros do Jornal O Globo
Apesar da baixa qualidade do original, chama a atenção que o subtitulo fala da violência no bairro. Alguém consegue identificar um tema mais atual? Desordem urbana, violência e inversão de valores fazem parte de nosso dia-à-dia.

Última festa de Ramos:


No que evoluímos de 1988 para cá? Foi feita a Transcarioca, inserindo mais mobilidade, mas a que custo aos moradores do bairro? Retratos de violência vem sido feitos na mídia pelos usuários do sistema, onde assaltos e arrastões se tornaram recorrentes:

http://oglobo.globo.com/rio/homem-esfaqueado-dentro-de-onibus-do-brt-durante-assalto-na-estacao-de-olaria-16491324#ixzz3dWaLwxfA

Mas sim! Tivemos uma grande festa de inauguração com a presença da Presidente Dilma no bairro! Para inaugurar o viaduto Renatinho Partideiro:

A festa de inauguração em junho de 2014, SOBRE o viaduto Renatinho Partideiro, em Ramos (Fonte: Site do Planalto - Divulgação Oficial)
Muito embora, para a população de Ramos, a festa tenha sido retratada assim:

Não havia motivo para comemoração SOB o Viaduto Renatinho Partideiro enquanto a festa rolava acima dele.

Mesmo um ano depois da inauguração da Transcarioca,  Ramos ainda não tinha o que comemorar:


Um ano depois, a prometida praça ainda é um terreno baldio, que serve de estacionamento, dentre outros usos não voltados ao lazer no bairro. Algumas mudas de arvores, que volta e meia são atropeladas, foi a unica intervenção feita pela Prefeitura do Rio.


O que acham dificil de enxergar?



Enquanto se vangloriam de que o Parque Madureira é a área de lazer para a Zona Norte, esquecem da dimensão geográfica desta, privando a zona da Leopoldina que dista quilômetros deste parque, de ter as suas crianças brincando saudavelmente:

http://extra.globo.com/noticias/rio/moradores-de-ramos-na-zona-norte-do-rio-ficam-sem-area-de-lazer-apos-obras-do-brt-15961591.html

Mas lembram de registrar quando a falta de opções se manifesta:

http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2015/01/imagens-mostram-criancas-brincando-no-meio-da-pista-do-brt-no-rio.html

Será que é tao difícil ver o obvio? As necessidades da população carioca desta região? A observação do repórter deixa evidente o que é constrangedor a um gestor público:

http://globotv.globo.com/rede-globo/bom-dia-rio/v/avenida-brasil-vira-area-de-lazer-durante-interdicao-das-pistas-no-feriado/3298809/

Nada mais surpreende: o abandono, a destruição e os projetos que só servem de noticia para reeleições:

http://odia.ig.com.br/portal/rio/um-final-feliz-para-cinemas-de-rua-1.415062

Enquanto isto, vivemos as portas de um aumento de gabarito, onde tentar-se-a aumentar as alturas dos prédios construídos no bairro, para que mais pessoas no Rio possam passar a privação de seus direitos básicos constitucionais de lazer e cultura:

http://vejario.abril.com.br/materia/cidade/projeto-quer-atrair-investimentos-de-1-bilhao-de-reais-para-a-zona-norte/


Perguntamos: qual investidor investirá em uma área onde até a Prefeitura já desistiu de investir? Sem Lazer, sem Cultura, sem Ordem Pública. Quem investirá este 1 bilhão de reais? Quais os atrativos desta região, depois que o BRT se mostrou um meio de transporte de violência entre os bairros?

Durante o grande desenvolvimento imobiliário que se viveu de 2010 a 2014, onde obras surgiam uma atrás da outra em bairros como Barra da Tijuca, Grande Tijuca e Zona Sul, onde as condições econômicas eram viáveis para este investimento: Ramos registrou um? dois prédios no bairro todo? E agora? Com o desaquecimento da economia? A quem a AEIU interessa?

O que interessa atualmente a população de Ramos está mais do que claro: Lazer, Cultura e Ordem Pública! Uma pequena fração do Legado Olímpico abundante em outros bairros.


quarta-feira, 20 de maio de 2015

A nova Subprefeitura da zona da Leopoldina e o pleito da população de Ramos


A zona da Leopoldina agora esta dividida: Os bairros de Bonsucesso, Ramos e Olaria, além de Maré que não pertence a zona da Leopoldina, passaram a fazer parte da nova Subprefeitura da Ilha do Governador e Leopoldina:


Mapa representativo da Zona da Leopoldina, com seus respetivos bairros. Somente Ramos Olaria e Bonsucesso estão "sob nova gestão"

Estes ventos da mudança que sopram do litoral já foram até oficializados pela subprefeitura em seus logotipos:


Pelo menos no logotipo, a Subprefeitura vestiu a camisa
Mas e na pratica, o que muda? Em uma entrevista, Nelson Miranda, o subprefeito, fez sua apresentação e de suas ideias para a região:

Copia do Jornal O Globo de bairros falando das ideias iniciais da Subprefeitura
 Em meio a promessas para os bairros da Leopoldina, a posição deste blog foi levada em consideração: a necessidade de Ordem Publica. Ele cita a necessidade de uma UOP (Unidade de Ordem Pública) para a Leopoldina, que já posicionamos e indicamos a área física onde seria viável implanta-la.

Para que deixemos claro e de fácil condução, este é o resumo das propostas para o bairro de Ramos ao nosso novo subprefeito:

Proposta para as antigas praças destruídas e terrenos criados pela Transcarioca no bairro de Ramos e outras necessidades:


1. Estação BRT Ramos - Vassalo Caruso: na descida do viaduto Renatinho Partideiro, no espaço da antiga praça com pista de skate e quadra poliesportiva da rua homonima

O espaço disponível para a Estação Ramos - Vassalo Caruso entre os viadutos São Cosme e Damião, no lugar da praça inutilizada por efeito da Transcarioca

A passarela parcialmente destruída nas obras da Transcarioca permitiria a ligação dos dois lados de Ramos a nova Estação
Justificativa: a área ficou isolada pelas pistas do BRT, impossibilitando sua retomada como área de lazer. O espaço da praça caberia uma estaçao do mesmo porte da já construida em Olaria.
Cabe lembrar que a distância entre a estação Olaria / Cacique de Ramos e a estação Cardoso de Morais / Viuva Garcia é a maior de todo corredor entre estações (1,5km) e o centro comercial de Ramos, também área de maior ocupação residêncial, ficou exatamente no meio deste trajeto. Esta estação Vassalo Caruso permitiria maior uso do sistema pela população de Ramos, além de garantir o devido uso das áreas públicas de forma segura, já que hoje tornou-se moradia de sem tetos que perambulam pelas pistas do BRT.
Esta implantação seria acompanhada da reimplantação da passarela do viaduto São Cosme, desmontada durante a obra da Transcarioca no lado da Rua Vassalo Caruso, de forma a permitir que ambos os lados de Ramos beneficiem-se do BRT.

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2. Praça Renatinho Partideiro: sob o viaduto Renatinho Partideiro, em frente a estação de trens de Ramos na Rua Cardoso de Morais.

Retrato atual da área, sem calçamento, mobiliário urbano ou utilidade aos moradores

Outro lado do terreno abandonado, acesso pela Rua Aureliano Lessa, com o mesmo cenário de abandono, mas que já poderia ser um estacionamento.

Desenho proposto para a praça em frente a Estação de tens de Ramos, na Rua Cardoso de Morais.

Justificativa: o entorno é consideravelmente residencial, com grande fluxo de pessoas na estação de trens de Ramos e no ponto de onibus. Considerando este ponto de convergência social natural e o desprovimento do bairro de áreas de lazer, o terreno hoje abandonado em chão de terra seria uma compesação social pelo grande viaduto que cortou o bairro e ocupou outras praças.

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3. Unidade de Ordem Pública da Leopoldina: No grande terreno entre o corredor Transcarioca e a Rua Cardoso de Morais, na altura do 509.
Localização:https://www.google.com.br/maps/@-22.856242,-43.258578,3a,75y,200.11h,78.42t/data=!3m4!1e1!3m2!1s79Qctvs3RFdCcmY9RdKXcg!2e0?hl=pt-BR

A grande área publica, que originalmente era uma praça, e que ficou isolada aos fundos dos prédios da Rua Cardoso de Morais e pela pista do BRT
A área possui um acesso pela Rua Cardoso de Morais que comportaria a implantação da Unidade de Ordem Pública
Justificativa: respaldado pela própria visão do subprefeito, a zona da Leopoldina demanda uma UOP. Isto conciliaria a visão de ordem Pública do Subprefeito e a necessidade de segurança para os bairros da região, principalmente para Ramos.
Como é uma área recuada e escondida atrás de prédios, a recomendação é que realmente seja implantado um serviço público que seja capaz de assegurar a própria segurança e que ao mesmo tempo impeça a ocupação irregular a área.

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4. Nova Passarela sobre o BRT e o trilho do trem: No grande terreno entre o corredor Transcarioca e a Rua Cardoso de Morais, na altura do 509, junto a UOP

A passarela mais próxima da região é distante e abandonada, não atendendo como opção de circulação entre os dois lados de Ramos
A Estação de Trens de Ramos, não reformada, sem acessibilidade pois somente há escadas e que enche quando chove, é a principal ligação dos dois lados do Bairro.
A passarela seria exatamente entre a Estação de Ramos de Trens e a Estação de BRT da Cardoso de Morais / Viúva Garcia, atendendo aos dois usos junto as principais áreas comerciais e residenciais do bairro, assegurando a devida mobilidade através de rampas de acesso
A área comportaria a UOP e a Passarela, ligando a Rua Cardoso de Morais a Rua Uranos, o que  não existe hoje,



Justificativa: o grande terreno comporta também uma passarela, atendendo a um antigo pedido dos moradores para dar mobilidade ao bairro. A forma de acesso dos lados do bairro nas proximidades deste terreno limitam-se a uma passarela abandonada e perigosa a meio quilometro de distância ou a decrépita estação de Ramos, que não possui rampa de acesso e enche quando chove. Os cadeirantes do bairro não tem opções de transitar entre os lados do bairro nas proximidades da Estação de Trens de Ramos ou na Estação Cardoso de Morais / Viúva Garcia. Esta passarela ficaria exatamente no meio destes dois locais

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5. Reposição e compensação das áreas de Cultura e Lazer: A passagem da Transcarioca ocupou diversas praças e destruiu árvores pelo seu trajeto, e no bairro de Ramos ficou ainda mais evidente a sua carência de áreas verdes e de lazer e cultura após as obras.

Localização 1 - Proposta de Área verde e de Lazer:
https://www.google.com.br/maps/@-22.858137,-43.256823,3a,75y,22.41h,82.65t/data=!3m4!1e1!3m2!1sUKL7BAlr8ps6_nI8vBZmgA!2e0?hl=pt-BR


Na Rua Cardoso de Morais, 400,  o antigo Cinema Palace hoje em ruínas, comporta uma grande área verde de lazer. O lugar está abandondado

Poucas desapropriações parciais, com a realocação posterior na mesma área com outra disposição das lojas, libera uma grande área de lazer no bairro, capaz de estimular o crescimento urbano da região.

O impacto na vegetação do bairro e no conforto ambiental é visível por onde a Transcarioca passou. Nesta foto, a árvore cortada na Praça Professor Mourão Filho não foi reposta

Justificativa: No relatório ambiental simplificado da Secretaria Municipal de Obras, cita Ramos com áreas de lazer insuficientes antes da obra da Transcarioca, Após a mesma, perdeu-se ainda mais praças, não havendo mais opções de lazer. Ao mesmo tempo, enormes terrenos ficam abandonados, representando até risco a saúde publica.


Localização 2 - Proposta de Centro cultural (Biblioteca, espetáculos, escola de artes, etc.):
O Cinema Rosário, fechado desde os anos 80, com uma enorme estrutura para atividades culturais pela Prefeitura
Justificativa: Um grande espaço destinado para o Centro Cultural que o bairro de Ramos representava, com seus cinemas Hoje o prédio apenas é um retrato de abandono. Neste caso, basta apenas seguir com um projeto já anunciado:
Um final feliz para cinemas de rua

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Estas cinco propostas aqui constantes não são exaustivas, mas transparecem o que é factível para a revalorização do bairro de Ramos atualmente sem grandes esforços pelo poder público.