quinta-feira, 31 de março de 2016

Preconceito Geográfico

Senhores,

gostaria de compartilhar fatos que não causam estranheza mais para sociedade carioca, e que neste caso, me aumenta a estranheza...

Um novo padrão de preconceito se propaga na cidade do Rio de Janeiro, o Preconceito Geográfico! Isto ocorre quando o administrador municipal oficialmente desiste de exercer seu papel em determinados bairros e se empenha muito em outros.

Trago uma ilustração que deixa claro como funciona:



Esta diferença gritante entre bairros da mesma cidade, que receberam o mesmo "Legado Olímpico", sendo a obra única, conduzida pela mesma Secretaria de Obras, durante a mesma gestão municipal,  e que caracteriza o Preconceito Geográfico em sua essência, pois deixa claro que nem todos cidadãos cariocas são iguais perante ao poder publico municipal.

Até mesmo declarações públicas são feitas, sem nenhum pudor! Vejam esta declaração feita sobre terem mudado o Pátio Olímpico (e o principal legado que deveria ocorrer para o Rio) da Ilha do Fundão, na zona norte (próximo ao bairro de Ramos), para a zona oeste, na Barra:

"É claro que a mudança do projeto para a Barra foi essencial e que as transformações feitas na cidade já são visíveis. Gosto da frase do Carlos Arthur Nuzman (presidente do COB) sobre as alterações: agora, vamos receber os visitantes na sala. "

Ainda nesta matéria declara-se que existe um grave problema de infraestrutura há 20 anos atrás que perdura até hoje! Ou seja, era um problema para as Olimpíadas? Esconda da mídia internacional! Não resolva! A população carioca da região não é importante! Pior: transforme a única obra olímpica que esta mesma região teve em problemas!

Com 39km de extensão e 47 estações, a Transcarioca passa por 27 bairros que ganharam, como consequência das obras do corredor, uma verdadeira transformação. Calçadas e pavimentação novas, reestruturação no sistema de drenagem, melhoria na iluminaçãopassarelas e novos semáforos foram algumas das mudanças em bairros como Vicente de Carvalho, Vaz Lobo, Madureira, Campinho, Jacarepaguá, Penha e Ramos."
http://www.cidadeolimpica.com.br/orgulho-da-transcarioca/

Vamos ver a nova calçada:

Onde estaria a calçada, com este projeto de passarela?

Por que o morador de Ramos pode conviver com um projeto assim? Seria na Barra cabível uma obra destas?

Detalhes: http://extra.globo.com/noticias/rio/passarela-construida-muito-perto-de-predio-residencial-no-rio-18958722

Nesta foto é possível ver o reestruturado sistema de drenagem do BRT Transcarioca, em Ramos - Rua Emílio Zaluar
Quando seco, possível ver a calçada onde cabe um poste, uma papeleira e... mais nada
Neste ultimo caso, a promessa de que a fiação seria subterrânea (ou submarina?) ao longo do corredor BRT Transcarioca não deve ter sido valido para Ramos.

Quem passa pelo Transcarioca nem percebe, mas, por baixo dos quase 40 quilômetros de pista de via exclusiva de ônibus, há seis dutos de 75 milímetros quadrados. Chamados de dutovias, os compartimentos gigantescos subterrâneos foram colocados durante a obra do corredor e serão a nova ‘moradia’ de cabos de concessionárias de serviços (...). “Não vamos mais aceitar que os cabos que forem instalados sejam na superfície. Agora, tudo terá que ficar nas dutovias”
Secretário municipal de Conservação, Marcus Belchior Corrêa


Por que será que acreditamos que na Barra isto realmente aconteceu?

Parafraseando o então candidato à Prefeito e hoje responsável pela acima descrito, será que "Somos um Rio"?

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